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sábado, 23 de maio de 2009

Pioneiro da Botânica no Inpa ministra curso para estudantes

Fundador do primeiro programa de pós-graduação da história do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o cientista britânico Guillean Prance, especialista em Botânica, retornou na última semana ao centro de pesquisas para ministrar aulas da disciplina Etnobotânica.

São 36 alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Botânica que desde a última semana estão participando de atividades teóricas e de campo ao lado do premiado pesquisador britânico.

Além dos alunos inscritos, o evento está chamando a atenção de professores e pesquisadores do próprio Inpa e de outras instituições de ensino e pesquisa, que também estão participando como “ouvintes”.

A atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Botânica do Inpa, Lucia Absy, explica que a realização do curso representa “grande estímulo” para os alunos e pesquisadores do Instituto por conta das possibilidades de ampliação dos trabalhos na área de pesquisa sobre o assunto.

– O resultado desse curso é de grande interesse não apenas para o Inpa, mas para todos os que se dedicam à pesquisa científica. Eles (os participantes) com certeza vão levar essa experiência para suas instituições – afirma a coordenadora, ressaltando que atualmente o Programa de Pós-Graduação em Botânica do Inpa é o único de toda a região Norte do país que oferece formação para títulos de doutorado.

Segundo ela, o curso é parte de uma das atividades que serão feitas em parceria com o Royal Botanic Gardens, da Inglaterra, um dos maiores jardins botânicos do mundo.

– Esse centro congrega um grande número de taxionomistas especialistas em plantas tropicais. Nós estamos fazendo esse convênio internacional que vai permitir que os pesquisadores dessa instituição venham até o Inpa para ministrar disciplinas e orientar os alunos, além de contribuir com a identificação de plantas do herbário”, diz.

Plantas regionais: usos e costumes

Embora seja de caráter essencialmente científico, o curso ministrado por Guillen Prance também orienta os cientistas-estudantes a compreenderem e assimilarem o conhecimento empírico das populações tradicionais da região amazônica sobre as plantas locais.

– A Etnobotânica estuda as aplicações cotidianas dadas às plantas por várias populações, como a indígena e a ribeirinha – explica Lucia.

Na terça-feira, Prance e alunos realizaram uma visita ao entorno do Mercado Adolpho Lisboa para ver de perto o comércio de plantas medicinais e ouvir dos próprios comerciantes seus conhecimentos sobre cada erva.

Outras atividades realizadas foram as visitas às comunidades do Terra Nova, no interior do Amazonas, e à Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, na zona rural de Manaus, onde os alunos conversaram com as populações assentadas para “trocar experiências” sobre o conhecimento nas plantas locais. O curso prossegue até sexta-feira (10).

Sobre o pesquisador
Além de ser fundador do Programa de Pós-graduação em Botânica do Inpa e de atuar no instituto como pesquisador durante oito anos, Ghillean Tolmie Prance foi ainda diretor do Royal Botanic Gardens, entre 1988 e 1999. Atualmente é diretor científico do Eden Project, na Cornualha, e professor convidado na Universidade Reading.

Prance tem vasta experiência em plantas tropicais, tendo realizado 16 grandes expedições pela Amazônia. Entre suas áreas de atuação, estão o desenvolvimento sustentável da floresta e a conservação dos ecossistemas.

O cientista é ainda autor de dezenove livros e editor de mais dezesseis outras publicações. Tem mais de 500 trabalhos de interesse científico publicados sobre a sistemática das plantas, ecologia vegetal, etnobotânica e conservação.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA (INPA)

CRÉDITO FOTO: TABAJARA MORENO