São 36 alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Botânica que desde a última semana estão participando de atividades teóricas e de campo ao lado do premiado pesquisador britânico.
Além dos alunos inscritos, o evento está chamando a atenção de professores e pesquisadores do próprio Inpa e de outras instituições de ensino e pesquisa, que também estão participando como “ouvintes”.
A atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Botânica do Inpa, Lucia Absy, explica que a realização do curso representa “grande estímulo” para os alunos e pesquisadores do Instituto por conta das possibilidades de ampliação dos trabalhos na área de pesquisa sobre o assunto.
– O resultado desse curso é de grande interesse não apenas para o Inpa, mas para todos os que se dedicam à pesquisa científica. Eles (os participantes) com certeza vão levar essa experiência para suas instituições – afirma a coordenadora, ressaltando que atualmente o Programa de Pós-Graduação em Botânica do Inpa é o único de toda a região Norte do país que oferece formação para títulos de doutorado.
Segundo ela, o curso é parte de uma das atividades que serão feitas em parceria com o Royal Botanic Gardens, da Inglaterra, um dos maiores jardins botânicos do mundo.
– Esse centro congrega um grande número de taxionomistas especialistas em plantas tropicais. Nós estamos fazendo esse convênio internacional que vai permitir que os pesquisadores dessa instituição venham até o Inpa para ministrar disciplinas e orientar os alunos, além de contribuir com a identificação de plantas do herbário”, diz.
Plantas regionais: usos e costumes
Embora seja de caráter essencialmente científico, o curso ministrado por Guillen Prance também orienta os cientistas-estudantes a compreenderem e assimilarem o conhecimento empírico das populações tradicionais da região amazônica sobre as plantas locais.
– A Etnobotânica estuda as aplicações cotidianas dadas às plantas por várias populações, como a indígena e a ribeirinha – explica Lucia.
Na terça-feira, Prance e alunos realizaram uma visita ao entorno do Mercado Adolpho Lisboa para ver de perto o comércio de plantas medicinais e ouvir dos próprios comerciantes seus conhecimentos sobre cada erva.
Outras atividades realizadas foram as visitas às comunidades do Terra Nova, no interior do Amazonas, e à Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, na zona rural de Manaus, onde os alunos conversaram com as populações assentadas para “trocar experiências” sobre o conhecimento nas plantas locais. O curso prossegue até sexta-feira (10).
Sobre o pesquisador
Além de ser fundador do Programa de Pós-graduação em Botânica do Inpa e de atuar no instituto como pesquisador durante oito anos, Ghillean Tolmie Prance foi ainda diretor do Royal Botanic Gardens, entre 1988 e 1999. Atualmente é diretor científico do Eden Project, na Cornualha, e professor convidado na Universidade Reading.
Prance tem vasta experiência em plantas tropicais, tendo realizado 16 grandes expedições pela Amazônia. Entre suas áreas de atuação, estão o desenvolvimento sustentável da floresta e a conservação dos ecossistemas.
O cientista é ainda autor de dezenove livros e editor de mais dezesseis outras publicações. Tem mais de 500 trabalhos de interesse científico publicados sobre a sistemática das plantas, ecologia vegetal, etnobotânica e conservação.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA (INPA)
CRÉDITO FOTO: TABAJARA MORENO